domingo, 31 de janeiro de 2010

Fim dos relatos reais

Pois é caros leitores, esta é a nossa última publicação sobre os relatos reais, desde já queriamos pedir desculpa a quem nos acompanha pela nossa falta de assiduidade, mas este período é a doer, e já andamos muito ocupados com o trabalho escrito e a apresentação do nosso projecto final!
Assim sendo cá vão os nossos últimos relatos reais!

-Um dia feliz:
"Para mim um dia feliz era se nevasse e se eu pudesse sair, atirar bolas de neve cantar, dançar e saltar na neve. Há tanto tempo que já não faço isso."

"O dia mais feliz é quando faço aquilo que quero."

"Tenho muitos dias felizes, não me deixo ir abaixo com os dias chatos. Quando me apetece fazer alguma coisa, arranja sempre maneira de o fazer."

"Um dia espetacular é quando me vou divertir para a praia com os meus amigos!"

"Um dia feliz é quando não vou ao hospital."

"Os meus dias são todos felizes!!"

"Tenho vontade de agradecer cada dia que passa.."

-E amanhã...
"Espero ter um carro, quando eu tirar a carta!"

"Espero poder ter filhos e que eles não sejam doentes."

"Vivo um dia de cada vez. Amanhã logo se vê!"

"Espero que um dia o cancro, a sida e todas as outras doenças possam ter cura!"

"Espero curar-me e nunca mais ficar doente."

"Gostava de me casar, ter uma quinta com muitos animais e gostava de me divertir!"

"Tenho a certeza que esta doença será vencida!"

E assim colocamos fim aos relatos reais, esperamos que tenham gostado!
Até breve
Ana Silva
Daniela Domingues
Pedro Vieira
Sara Antunes.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Continuação

-O que tenho vontade de dizer aos outros:

"Não estou a morrer. É a primeira coisa que toda a gente me pergunta."

"Tudo...mas tenho que ser eu a abordar o assunto. Os meus amigos receiam sempre que eu ache que eles estão a querer saber coisas que não lhes dizem respeito."

"É importante termos cuidado, porque assim que surja algum problema, os médicos podem começar um tratamento imediato."

"Estou bem, a minha vida não mudou muito, continuo a ser um adolescente..."

"Digo-lhes tudo o que querem saber!"

"Tenho vontade de dizer aos meus amigos que devido ao tratamento, há muita coisa que já não posso fazer com eles."

- O que mudou em mim

"Levo as coisas menos a sério e divirto-me muito mais."

"Tenho mais paciência e estou mais calmo"

"Não me chateio tanto como antes."

"Já não penso como antes...Sinto-me mais adulto agora!"

"Já não olho a vida, a minha familia e a amizade como antes. Agora sei parar e dar atenção ao que se passa à minha volta."

"Acho que a minha doença me ensinou bastante, e que me fez crescer!"

Para a semana, os relatos reais serão sobre a alimentação e os pensamentos, até lá...

Ana Silva
Daniela Domingues
Pedro Vieira
Sara Antunes.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Continuação...

Antes de mais, gostariamos de pedir desculpa por durante o fim de semana não termos colocado a continuação dos relatos reais, mas foi nos de todo impossivel!
Hoje os temas dos relatos serão, "se pudesse mudar o meu tratamento" e "os meus melhores amigos".

- Se pudesse mudar o meu tratamento:

"Gostaria que a minha mãe pudesse deixar de trabalha para estar sempre ao pé de mim."

"Transformaria todas transfusões em cápsulas."

"O percurso até ao hospital seria mais curto. Duas horas é muito!"

"Inventava um medicamento que não fizesse vomitar."

"Gostava muito que o meu cão pudesse vir ver-me ao hospital. Antes ele dormia junto à minha cama, agora está sozinho."

"Queria que todos os médicos passassem mais tempo comigo."

"Vou tentar que o tratamento não me magoe tanto."

"Gostaria de chegar ao hospital, fazer os tratamentos e voltar para as aulas em vez de ficar à espera a manhâ toda como hoje."


-Os meus melhores amigos:
"Custou me muito porque um dos meus melhores amigos nunca me veio ver ao hospital. Eu acho que ele se sentia culpado por nunca meter vindo ver. Finalmente dissemos um ao outro o que sentiamos. Disse me que tinha medo de não saber o que me havia de dizer. Eu respondi lhe que estava muito contente com a visita dele. Disse-me também que estava contente por me ver e por falar disso. Tirava lhe um peso da consciência. Depois desta conversa sentimo-nos muito melhor."

" Os meus melhores amigos são aqueles que me compreendem e me escutam."

"Os meus amigos mudaram muito. Aqueles que eram muito amigos já não são assim tanto e os outros de quem não esperava nada tornaram-se muito amigos."

"Em primeiro lugar o meu namorado deixo-me sem me dizer porquê. Uma amiga minha disse-me que ele pensava que a minha doença era contagiosa. Agora já sabe que não é"

"Gosto do meu cão e do meu gato. Estão sempre comigo e nao dizem o que tenho de fazer."

"Os meus melhores amigos são a minha família e duas enfermeiras que gostam muito de mim."

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

IPO estreia cirurgia inovadora

O Instituto Português de Oncologia do Porto realiza esta terça-feira uma intervenção cirúrgica em que vai utilizar «um método inovador no tratamento do cancro» em Portugal, a radioterapia intraoperatória.
«Esta técnica inovadora permite afastar toda ou parte das estruturas normais da área de tratamento», como o intestino, a bexiga, a uretra ou o estômago, «possibilitando o aumento das doses de radiação na área de maior risco de recaída tumoral e contribuindo, assim, para uma melhoria do controlo local, com redução da toxicidade».
A técnica, já usada em mais de 150 centros no mundo, permite aplicar radioterapia ao doente durante a cirurgia para a remoção do tumor, sendo «um complemento da radioterapia externa convencional», acrescenta a radioterapeuta responsável pelo procedimento, Olga Sousa.

O IPO tem uma sala de operações construída junto a um bunker o que «permite o doente ser temporariamente transferido durante a operação para a aplicação do tratamento com radiações e terminar a intervenção já com o tratamento realizado».
«É das poucas instalações europeias com esta funcionalidade e características, o que representa uma mais-valia para os doentes tratados», refere aquela unidade de saúde.
A construção destas instalações foi financiada pelo programa Saúde XXI e está agora apta a funcionar dado o facto de nos tratamentos de rotina poderem ser transferidos os doentes para outros operadores fora do IPO-Porto, libertando assim a instituição para tratamentos mais diferenciados e inovadores como este.
A intervenção marcada para esta terça-feira será feita num doente que teve uma recidiva de um cancro do recto.

Pesquisa: http://www.tvi24.iol.pt/tecnologia/cancro-ipo-cirurgia-porto-tvi24/1130771-4069.html

Continuação

-Sinto-me excluído:

"Quando a minha irmã entrança o cabelo comprido dela e eu já não tenho nenhum."

"Sinto-me excluído quando vejo os adolescentes a sair da escola de mãos dadas. Não sei quando é que irei ter uma namorada, sobretudo agora."

"Sinto-me sozinho quando acabo de ver um jogo de basquetebol porque já não posso jogar como antes!"

"Acho que posso falar com as pessoas no hospital. Estamos todos na mesma situação. Agora que voltei à escola é diferente, é como se não vivesse no mesmo planeta que os meus amigos e amigas!"

"Sinto-me excluído quando os meus irmãos me contaram que tinham marcado dois golos no jogo de futebol, que os meus pais os tinham levado ao restaurante por essa razão. Penso que não podia fazer isso agora..."

"Tenho saudades da minha infância, quando a vida era tão fácil e tão feliz."

"Quando ouço os meus amigos queixarem-se de coisas sem importância enquanto eu estou tão doente."

-Como ocupo o meu tempo:

"Continuo a fazer o que fazia, menos nadar e mergulhar, o que também nunca soube fazer muito bem."

"Canso-me com mais facilidade, por isso já não fico muito tempo nas festas e fico mais tempo em casa."

"Estar com raparigas...O resto não posso dizer!"

"Um dia da minha vida...
...Primeiro saiu da cama e visto-me, porque durmo todo nu e se saísse do quarto assim, a minha mãe tinha um ataque. A seguir dou comida ao meu cão e ao meu gato. Se me esqueço ficam doidos e comem os sapatos, o papel higiénico ou os cortinados. Depois digo bom dia ao meu irmão, mas não digo à minha irmã bebé (ela não sabe falar e baba-se tanto!!).
Depois preparo uma chávena de café (não é descafeínado: é café dos bons) e enfio-me na banheira a ouvir música aos berros e fico lá todo o dia..."

"Vou à escola tomo os remédios durmo e ando de mota."

"Tenho saudades do desportos, antes jogava muito futebol."

"Nunca há tempo para fazer tudo o que quero. Todo o tempo que passei no hospital fez-me dar importância a poder fazer o que quero."

Até amanhã,
Ana Silva
Daniela Domingues
Pedro Vieira
Sara Antunes.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Família e Medos

A publicação de hoje, terá duas fases importantes na vida destas crianças onde uma ajuda a fazer atenuar a outra, ou seja, iremos mostrar alguns relatos reais sobre o papel das famílias e como estas ajudam a ultrapassar alguns dos medos que algumas crianças tem...

- A minha família:

"Tenho a impressão que os meus pais discutem mais desde que eu estou doente. É uma estupidez..."

"Agora estamos todos muito mais próximos."

"Gostaria tanto que nós os três nos déssemos melhor, o meu pai, a minha mãe e eu."

"Tento não chorar e não demonstrar aquilo que sinto à minha família porque isso entristece-os."

"Gosto muito quando toda a gente me considera uma pessoa normal."

"O pai fica furioso quando algum de nós fica doente. A minha mãe diz que é porque ele não sabe o que fazer para ajudar."

"Seria maravilhoso se os meus pais não fizessem disto um drama. Estão-me sempre a dizer: faz isto, come isto, toma os medicamentos. Eu sei que eles estão preocupados mas..."

"Os meus irmãos têm ciúmes de mim porque me dão mais atenção desde que estou doente."

- Do que eu tenho medo:

"De não perceber o que se está a passar comigo."

"Antes tinha medo da morte, mas agora já não. Sinto-me à vontade com a morte, e poderia aceita-la no momento em que viesse. Mas espero que não até daqui a dez anos...ou mais..."

"Tenho medo de nunca mais ter uma namorada, de nunca me casar e de nunca ter filhos, que é o que eu mais quero na vida!"

"Agora estou melhor, mas estou sempre com medo que volte outra vez."

"De perder o cabelo todo."

"Bem já não tenho medo de pequenas coisas que antes me apavoravam."

"De morrer..."

Bem, como se pode ver por alguns destes testemunhos, há famílias que se unem mais e que se apoiam uns aos outros, porém há outras que não o conseguem fazer, acabando por se separar e gerar um mau ambiente familiar, quando o que as crianças mais precisam é do apoio de todos, mas não os podemos julgar, porque na cabeça destas pessoas que realmente convivem com este problema diáriamente, passa um monte de sentimentos, muitas das vezes complicados de gerir...O que nós podemos fazer é ajudá-los, dar o nosso apoio, atenção e um ombro amigo para quando eles precisarem saberem onde podem ir buscar ajuda!

Até amanhã:
Ana Silva
Daniela Domingues
Pedro Vieira
Sara Antunes.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"Os efeitos secundários"


Hoje iremos mostrar o que as crianças acham dos efeitos secundários...


"A quimioterapia pôs-me sempre doente. Quando tenho este gosto esquesito na boca, já sei o que vem a seguir."


"Vomito muito, mas não dura mais do que um dia."


"Apesar de eu não estar assim tão doente, fico muitas vezes triste."


"Prefiro ter efeitos secundários, a ter que ver a minha doença a agravar-se."


"Não é nada bom ficar careca. Toda a gente olha para mim, estou farta!"


"A quimioterapia nunca me doeu, é bom saber que me faz bem."


"Pareço-me com o Ronaldo. Para um rapaz tudo bem, mas eu sou uma rapariga."


"Isso ajudou a falar com os médicos. Responderam às minhas perguntas todas. Em relação aos efeitos secundários. deram-me muita coragem."


"A minha mãe não queria que eu fizesse tatuagens com canetas de feltro, mas foram os médicos que me fizeram para a radioterapia."


Força pequenas lutadoras, um dia tudo passará!
Ana Silva
Daniela Dmingues
Pedro Vieira
Sara Antunes.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"O hospital"


Hoje vamos continuar com a publicação de alguns testemunhos verdadeiros sobre quem passa por este problema, hoje os relatos serão sobre o hospital:


"Antes tinha medo, quando chegava ao hospital para fazer o tratamento. Agora aprendi a controlar-me e a ficar calma."

"Senti-me humilhado quando um grupo de médicos entrou no meu quarto. Auscultaram-me e apalparam-me por todo o lado, e utilizaram muitas palavras complicadas que eu não compreendia, tive a impressão que não era ninguém."

"Gostava de nunca mais ter que sentir este cheiro de hospital. Às vezes sinto-o mesmo a sonhar. E acordo a pensar que estou lá."

"No princípio estava em pânico e tinha muita vontade de voltar para casa. Mas as enfermeiras ajudaram-me muito."
"É um conjunto de coisas boas e más. Uma das boas é que fiz muitos amigos!"

"O hospital é o sítio mais enfadonho que eu ja conheci."

"Pensava que o hospital era uma coisa grande e medonha. No primeiro dia uma enfermeira mostrou-mo. Tive a impressão que estavam todos muito ocupados mas não demais, felizmente, porque as enfermeiras e os médicos ainda tinham tempo de responder às minhas perguntas."

"Às vezes tenho a impressão que os médicos não me dizem a verdade, especialmente quando saiem do meu quarto com os meus pais para não falar com eles à minha frente."


domingo, 10 de janeiro de 2010

Relatos reais..

Ao longo dos próximos dias, iremos publicar relatos reais de crianças portadoras de cancro, e em cada publicação iremos abordar diferentes situações. Temos também que dizer que todos estes testemunhos se encontram num livro, que nos foi fornecido pela associação "Acreditar" e encontram-se identificados, porém nós não os vamos identificar no blogue.
Por fim, gostaríamos de agradecer à associação "Acreditar" por toda a ajuda que nos tem dado, assim como material de apoio que nos tem fornecido.

Relatos reais:
-O primeiro dia em que soube que estava doente

"Não disse o que sentia. Sabia que os meus pais estavam preocupados e tinha pena deles."

"A mãe chorava e o pai ficou furioso. Eu sentia que me tinham anestesiado."

"O meu médico disse-me que eu tinha um tumor e eu não conseguia acreditar. Disse-lhe que alguém devia ter trocado os dossiers e que ele se tinha enganado. Gostava muito que isso fosse verdade."

"Eu estava furioso, e perguntei-me "porquê eu?". Todos me diziam que eu não tinha culpa."

"Não conseguia acreditar. Pensava que era um pesadelo, que ia acordar na manhã seguinte e que ia tudo voltar a ser como dantes, quando ainda não estava doente."

"Tinha feito planos para o futuro e a doença não fazia parte deles. Acho que vou ter que alterá-los ou realizá-los mais tarde."

"Entrei em pânico, não compreendia nada. Não sabia com quem falar ou o que fazer. Felizmente os meus pais estavam ali para me ajudarem."

"Tive muito medo."

"Falar com os médicos ajudou-me muito. Responderam a todas as minhas perguntas e encorajaram-me bastante."

A próxima publicação abordará outra etapa das crianças que passam por esta doença...

Até breve
Ana Catarina
Daniela Domingues
Pedro Vieira
Sara Antunes.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Início do 2º período

olá, aqui estamos nós para mais um período, de aulas e elaboração de projectos, ou seja o período mais secante de todos -.-''
Este período em área de projecto será basicamente para realizar o trabalho teórico, que consiste na realização do trabalho escrito e preparação de um power point para ser apresentado à turma. Neste momento, o grupo esta a ler os livros que nos foram oferecidos pela associação "Acreditar" e a recolher informação , pesquisas, artigos e reportagens para o trabalho escrito. Porém também temos algumas actividades programadas para este período, como por exemplo, vamos assistir a uma palestra no I.P.O. sobre o cancro infantil e também iremos vender material da associação "Acreditar", como por exemplo, t-shirts, porta-chaves, entre outros.
Ao longo do período iremos fazer publicações sobre as novidades ;)

Até lá
Ana Catarina
Daniela Domingues
Pedro Vieira
Sara Antunes.